O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) anunciou na última semana uma parceria como MilSênior, braço tecnológico e de inovação da operadora de plano de saúde capixaba MedSênior, que resultou na criação de uma plataforma de dados em blockchain dos pacientes, a Rede Descentralizada de Dados em Saúde (RDDS).
O projeto, que contou com a colaboração da organização social EMBRAPII (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), baseou-se no conceito Open Health (saúde aberta), voltado ao acesso de registros eletrônicos de saúde dos pacientes de maneira mais rápida, e já conta com uma versão resumida da plataforma, no caso um MVP, sigla em inglês para produto mínimo viável.
A ideia da MilSênior é atrair novos parceiros à nova solução, já que a plataforma foi testada internamente durante três meses na própria operadora de saúde do grupo. Foi o que revelou o líder de Tecnologia e Operação de Saúde do MilSênior, Thiago Maia, acrescentando que:
“O diferencial do projeto está na validação da solução em ambiente real, usando a operadora como primeiro case. Mas essa é uma iniciativa de interesse público, com foco na melhoria do atendimento aos usuários, e por isso a ideia é que outras organizações também participem.”
Maia ainda defendeu a utilização da blockchain argumentando que a tecnologia proporciona informações disponíveis, confiáveis e “permite evitar disparidades e desperdícios na prestação de serviços de saúde, além de contribuir para a tomada de decisões mais assertivas.” O executivo frisou que, no caso dos usuários, a blockchain favorece o controle de acesso aos dados cadastrais e médicos, em razão da criação de uma identidade digital.
O gerente de soluções em blockchain do CPQD, Reynaldo Formigoni, salientou a estruturação do projeto no conceito Open Health com objetivo de facilitar o compartilhamento seguro de dados do paciente e explicou que:
“Assim, se o usuário mudar de operadora de saúde, poderá levar os seus dados, como resultados de exames e histórico médico, para o novo prestador de serviço.”
Ele revelou ainda que a plataforma foi desenvolvida na blockchain permissionada Hyperledger Fabric, o que condiciona o acesso por parte de diferentes atores ao consentimento do paciente, de acordo com o que prevê a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
O projeto encabeçado pelo CPQD inclui ainda o desenvolvimento da identidade digital descentralizada de pacientes, colaboradores, operadoras e terceiros e carteira digital, além da governança da RDDS.
Em 2021, o CPQD chegou a criar uma solução semelhante utilizando a blockchain, no caso uma ‘carteira digital’ contendo o histórico de saúde dos pacientes, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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