Goiás pretende se tornar o estado mais digital do país e, para isso, firmou um convênio com a Anatel para, entre outros, estudar ações e projetos envolvendo, blockchain, metaverso e Web3.
O convênio é um Termo de Execução Descentralizada (TED) entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), o Centro de Altos Estudos em Telecomunicações (Ceatel), órgão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).
“Goiás sai na vanguarda do ecossistema digital e se prepara para a introdução da próxima geração da internet, a web 3.0, que traz um potencial de inovação que já começa a ser demandado por empresas, governo e indivíduos no que diz respeito ao desenvolvimento e uso de serviços baseados em blockchain e ambientes de metaverso apoiados por redes de comunicação de baixa latência e alta vazão, como a 5G”, destacou o comunicado.
O governo pretende habilitar a “terceira geração da internet”, que, de acordo com o comunicado, consiste em dispositivos ultraconectados a uma rede descentralizada e centrada no usuário, como realidade aumentada, realidade virtual, metaverso e inteligência artificial.
A iniciativa será executada pelo Instituto de Informática da UFG e tem como objetivo promover, investigar e divulgar regional e nacionalmente, conhecimentos tecnológicos sobre aplicações e serviços da web 3.0 sobre infraestruturas de comunicação avançadas com repercussões econômicas e sociais, com destaque para rede 5G.
O Instituto de Informática vai executar o Projeto de pesquisa e desenvolvimento tecnológico intitulado “Avaliação de Impacto da Web 3.0: Descentralizada, Imersiva, Semântica, Centrada no Usuário e Conectada com o Mundo Ciberfísico”, que fornecerá uma prova de conceito experimental, um protótipo com interações imersivas avançadas.
O presidente da Fapeg, Robson Domingos Vieira, destacou que o trabalho da Fundação consiste em fomentar a ciência e tecnologia, e que a Fundação está apoiando o projeto por meio de investimentos de recursos.
Ele explica que a parceria alia a capacidade de gerenciamento de fomentos para a ciência e inovação da Fundação e sua capilaridade nesse ecossistema; o conhecimento da Anatel sobre as necessidades para alavancar um crescimento exponencial do setor; e a expertise da UFG e centros de inovação a ela vinculados, no desenvolvimento e execução de pesquisas científicas e tecnológicas.
Serão investigados os impactos tecnológicos, socioeconômicos e jurídicos advindos da introdução das aplicações e serviços da nova geração da internet, a Web 3.0.
Metaverso, Web3 e blockchain
Já o vice-reitor da UFG, Jesiel Carvalho, apontou que as universidades públicas têm trabalhado no sentido de disponibilizar suas capacidades intelectuais e técnicas para o bem da sociedade, sem perder de vista a principal missão, que é formar recursos humanos.
“A finalidade primordial da Universidade é formar recursos humanos, mas para que se forme recursos humanos de forma adequada, à altura dos desafios da humanidade, nós precisamos ter dentro da instituição um ambiente sofisticado de produção intelectual, de produção científica e tecnológica. Desta forma, serão recursos humanos com uma capacidade muito grande de apoiar os processos de desenvolvimento do País,” destacou.
Segundo ele, “Somos 12.100 docentes, corpo de técnicos 2.200, staff de 5 mil pessoas, 22 mil estudantes em 105 cursos, mais 250 laboratórios de pesquisa. Toda essa infraestrutura a serviço de iniciativas como essa”, disse.
Por sua vez, o presidente do Ceatel e conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, comentou sobre o objetivo da parceria que é o de promover o desenvolvimento nacional na área tecnológica. Segundo ele, de acordo com o Planejamento Estratégico recentemente aprovado pela Anatel, a transformação digital da sociedade e a atuação regulatória de excelência estão no âmago de cada um dos aspectos de atuação.
Os objetivos estratégicos, como fomentar o desenvolvimento de negócios e aplicações inovadoras, ou a promoção da isonomia e transparência da modernização das tecnologias, passam a nortear os trabalhos do Ceatel.
Robson Vieira destacou que a Fundação vai investir um total de R$ 1,4 milhão como auxílio de capital e custeio, incluindo bolsas de pós-graduação, no Projeto do INF/UFG.
“A Fapeg cumpre seu papel como órgão do poder público que tem como responsabilidades fomentar a pesquisa científica nas diversas áreas do conhecimento e em áreas estratégicas para o desenvolvimento socioeconômico do estado de Goiás”. Segundo ele, são responsabilidades da Fapeg, integrar o setor governamental e comunidade científica para obtenção de resultados de grande impacto, ampliar a produção científica e formar recursos humanos qualificados em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Prova de conceito
Como parte desse estudo será desenvolvida prova de conceito com interações imersivas para auxiliar os profissionais de Saúde envolvidos no atendimento e na transferência do cuidado de pacientes entre unidades hospitalares, usando redes 5G com auxílio de tecnologias do metaverso e inteligência artificial capazes de dar mais celeridade, segurança, confiabilidade e precisão no processo.
Ao entrar em uma unidade de saúde, o paciente interage com um profissional de saúde equipado com óculos de realidade aumentada (AR) e virtual (VR). Os óculos de AR/VR auxiliam o profissional de saúde na identificação rápida do paciente, através de reconhecimento facial ou comandos de voz habilitados por meio do uso de IA, eliminando a necessidade de interfaces mais rígidas/restritivas, como teclado e mouse, já adianta o professor Eliomar.
“Quando estiver pronta, a solução tem o potencial de contribuir à inovação tecnológica e representará um estudo de caso de referência na área, além de oferecer subsídios para novas pesquisas”, explica o professor Eliomar de Lima.
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