A movimentação de US$ 8,6 bilhões em Bitcoin, registrada na quinta-feira (4), provocou inquietação no mercado cripto. Os ativos foram transferidos de oito carteiras inativas desde 2011 e passaram para novas carteiras, reacendendo discussões sobre segurança, custódia e integridade das chaves privadas.
A movimentação foi identificada por Conor Grogan, diretor de produtos da Coinbase, que sugeriu a possibilidade de um hack de grande escala. Segundo ele, embora o cenário ainda seja incerto, um ataque dessa magnitude seria inédito.
“Se confirmado, seria o maior assalto da história da humanidade”, escreveu em sua conta na rede X.
Transação em BCH levanta dúvidas
Grogan apontou uma transação em Bitcoin Cash (BCH), executada pouco antes da movimentação em BTC, como possível teste de acesso à chave privada. Segundo ele, o uso de BCH pode ter sido estratégico, por atrair menos atenção de serviços que monitoram carteiras com grandes volumes. O analista questiona, no entanto, por que outras carteiras ligadas a BCH não foram acessadas.
Operação coordenada com origem antiga
De acordo com a Arkham, empresa especializada em análise de blockchain, os Bitcoins estavam guardados desde abril e maio de 2011. A transferência partiu de oito carteiras diferentes, mas seguiu um padrão unificado, indicando possível atuação de uma única entidade. Os fundos agora estão distribuídos em oito novas carteiras, sem registros de movimentação desde então.
A ação pode ser legítima, mas o volume envolvido, a sincronia das transações e o histórico das carteiras levantam a hipótese de comprometimento das chaves privadas.
Mercado observa, mas preço segue estável
Apesar do alarme, o preço do Bitcoin pouco reagiu ao episódio. Nas 24 horas seguintes, a moeda recuou 1,02%, cotada a US$ 108.150, segundo a CoinMarketCap. O mercado parece adotar postura de cautela, aguardando mais sinais antes de precificar qualquer impacto relevante.
Se confirmado como hack, o caso superaria incidentes emblemáticos, como Mt. Gox, Ronin Network e FTX, e se tornaria o maior vazamento de ativos digitais da história.
Por ora, especialistas trabalham com três hipóteses: acesso legítimo pelo proprietário original; migração técnica deliberada; ou invasão silenciosa após anos de exposição. Em todos os cenários, o caso reforça a urgência de se discutir práticas mais seguras de armazenamento e controle de grandes volumes em criptoativos.
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