A comunidade do protocolo de finanças descentralizadas Frax Finance aprovou em votação uma proposta para colateralizar integralmente as reservas de sua stablecoin nativa, o Frax (FRAX). A decisão marca o fim do lastro algorítmico da stablecoin.
A proposta de governança FIP-188 — que mudaria o modelo de colateralização do FRAX — foi inicialmente publicada em 15 de fevereiro e já alcançou um quorum de 98% dos votos a favor, conforme um instantâneo de 23 de fevereiro.
“Chegou a hora do Frax remover gradualmente o lastro algorítmico do protocolo”, dizia a proposta.
Near unanimous vote to move $frax to 100% CR over time.
Seems like @fraxfinance serious about making it clear it’s a stable worth holding with no incentive and completely backed with exogenous collateral.
Will be interesting to see it scale$fxs https://t.co/fSQXpmsge3
— 0xChaos (@0xCha0s) February 23, 2023
Votação quase unânime para mover o $frax para reservas 100% colateralizadas ao longo do tempo.
Parece que a @fraxfinance está falando sério sobre deixar claro que é uma stablecoin que vale a pena ser mantida sem incentivos e totalmente lastreada em garantias exógenas.
Será interessante vê-la escalar $fxs
— 0xChaos (@0xCha0s)
Ele explicou que o protocolo original incluía uma “taxa de colateral variável” que se ajustava com base na demanda de mercado da stablecoin. O mercado ditaria quanto em garantias era necessário para que cada FRAX fosse equivalente a um dólar.
O modelo híbrido determinava que a stablecoin fosse 80% lastreada por criptoativos e parcialmente estabilizada algoritmicamente. Esse mecanismo dependia da emissão e queima do token de governança do protocolo, o FXS, que subiu 12% nas últimas 12 horas.
O Frax é atualmente a quinta maior stablecoin do mercado, com uma capitalização total de pouco mais de US$ 1 bilhão.
Após a implementação da proposta, o protocolo não emitirá mais FXS para aumentar a taxa de colateral e o suprimento de tokens.
“Para ser claro, esta proposta não depende da emissão de FXS para atingir uma reserva colateral de 100%.”
A proposta sugere a retenção de parte das receitas do protocolo para financiar o aumento da taxa de colateral, que inclui uma pausa nas recompras do FXS.
A proposta ambém autoriza a compra de até US$ 3 milhões de Frax Ether (frxETH) por mês em para aumentar a taxa de colateral. O frxETH se comporta de forma semelhante a uma stablecoin, mas está atrelada ao Ether (ETH), facilitando a transferência de liquidez do Ether para dentro do ecossistema da Frax.
O DeFiLlama reportou o crescimento de frxETH no mercado de derivativos de staking líquido (LSD) no mês passado.
FraxETH grew by 46.33% over the past month and now has over 100k ETH tokens locked pic.twitter.com/5NxhKnTHUt
— DefiLlama.com (@DefiLlama) February 20, 2023
O FraxETH cresceu 46,33% no mês passado e agora tem mais de 100 mil tokens ETH bloqueados
— DefiLlama.com (@DefiLlama)
A mudança ocorre em meio ao que parece ser uma repressão mais ampla às stablecoins após o catastrófico colapso do Terra/Luna no ano passado.
Em 22 de fevereiro, os Administradores de Valores Mobiliários do Canadá publicaram uma longa lista de novos requisitos para empresas de criptomoedas e emissores de stablecoins que desejam atuar em conformidade com a legislação do país.
Incluídas nessa lista estavam regras estritas para negociação de stablecoins e uma proibição da circulação de stablecoins algorítmicas ou não lastreadas em moedas fiduciárias.
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