Créditos de carbono tokenizados estreiam na B3 com foco no mercado corporativo e potencial de R$ 580 bilhões

A Ambipar, empresa brasileira de soluções ambientais, anunciou o início da negociação de créditos de carbono tokenizados na B3 a partir de 8 de julho. O ativo digital, batizado de AMBI, será lançado com preço inicial de R$ 42 por unidade, cada uma representando uma tonelada de carbono certificada por auditorias internacionais e registrada em blockchain.

O lançamento ocorre quatro meses após o anúncio de parceria com a B3 Digitas. A estreia envolve um lote inicial de 50 mil toneladas, com possibilidade de ampliação conforme a demanda. Segundo João Valente, diretor de ativos digitais da Ambipar, a prioridade é atender o mercado corporativo, especialmente empresas interessadas em compensar emissões de gases de efeito estufa no mercado voluntário por meio de créditos do tipo REDD+.

A adoção da tecnologia blockchain tem papel central na proposta. Ela garante rastreabilidade, autenticidade e liquidez aos créditos, além de viabilizar o fracionamento dos ativos. Embora a tokenização não seja obrigatória, Valente destaca que sua aplicação reduz custos operacionais e fortalece a transparência das transações.

O movimento é respaldado por estimativas otimistas. De acordo com a Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), o mercado brasileiro de créditos de carbono pode alcançar US$ 120 bilhões (cerca de R$ 580 bilhões) até 2030. No entanto, riscos como fraudes fundiárias e a ausência de regulamentação ainda desafiam a credibilidade do setor — pontos que a digitalização busca mitigar.

A Ambipar já opera sua própria plataforma de ativos digitais, a Ambify, e planeja expandir sua atuação com produtos baseados em blockchain, NFTs e iniciativas no metaverso, ampliando o engajamento em projetos de sustentabilidade.

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