O mercado brasileiro de ativos digitais acaba de ganhar um novo marco com o lançamento da BRLV, stablecoin lastreada em reais e desenvolvida pela fintech Crown. A moeda digital chega com R$ 200 milhões emitidos, valor três vezes superior à soma das outras stablecoins atreladas ao real, segundo dados da Iporanga Ventures.
O projeto chama atenção não apenas pelo tamanho da emissão, mas também pelos nomes por trás da iniciativa. A Crown recebeu investimento de US$ 8,1 milhões em uma rodada seed que contou com Coinbase Ventures, Paxos, Framework Ventures, Valor Capital Group, Norte Ventures e Ed Wible, cofundador do Nubank, que também integra o conselho da empresa.
A BRLV foi criada em conformidade com as diretrizes do Banco Central para provedores de serviços de ativos virtuais (PSAVs) e se diferencia por ser a primeira stablecoin do mundo a conceder direito legal sobre suas reservas aos detentores. Isso significa que os usuários poderão participar dos rendimentos gerados pelos títulos públicos brasileiros (LFTs) que garantem o lastro da moeda.
De acordo com John Delaney, CEO e cofundador da Crown, a proposta da BRLV é conectar o mercado tradicional ao ecossistema cripto de forma segura e regulada:
“A BRLV é totalmente lastreada por títulos públicos do governo brasileiro, reconhecidos pela segurança e rentabilidade. Criamos uma infraestrutura que permite às instituições acessarem a moeda com conformidade regulatória e liquidez, compartilhando parte dos rendimentos das reservas com parceiros institucionais.”
A nova stablecoin é voltada principalmente para plataformas de tokenização, fintechs e investidores institucionais. No primeiro caso, a BRLV facilita a automação de tesouraria e liquidações on-chain, eliminando etapas bancárias. Para fintechs, serve como base para carteiras digitais reguladas. Já investidores institucionais podem realizar operações de carry trade com custos reduzidos e disponibilidade contínua.
O time da Crown reúne executivos com experiência em grandes instituições financeiras e tecnológicas. Vinicius Correa, ex-Nubank, lidera a engenharia; Alex Gorra, ex-UBS e JP Morgan, comanda o ecossistema; e Bruno Passos, ex-Hashdex, atua como COO. A equipe ainda conta com André Lara Resende, um dos idealizadores do Plano Real, como consultor estratégico.
Segundo Vance Spencer, cofundador da Framework Ventures, a Crown tem potencial para ser “a Circle brasileira”, em referência à empresa emissora do USDC, a segunda maior stablecoin do mundo.
“A abordagem da Crown representa o próximo passo na evolução das stablecoins, oferecendo às fintechs uma nova base de infraestrutura e atraindo investidores institucionais globais para o mercado brasileiro”, afirma Spencer.
Em 2024, o volume transacionado por stablecoins atreladas ao real chegou a R$ 920 milhões, um número ainda pequeno diante dos US$ 13 trilhões movimentados por stablecoins lastreadas em dólar. Com a chegada da BRLV, o Brasil dá um passo importante para expandir o uso de moedas digitais locais em um cenário cada vez mais integrado ao sistema financeiro global.
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