Segundo o cofundador e engenheiro de software Ed Wible, precisava de solidez como de latência, disponibilidade, respeito à regulação, e escalabilidade, o que não é comum em startups. Não era para ser feito para lançar e depois jogar fora. O Nubank é nativo na nuvem e desenvolveu APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) próprias. Agora, a inteligência artificial também está tendo um papel fundamental no crescimento do banco digital.
De acordo com o CTO, Vitor Olivier, a IA Generativa fica cada vez mais fácil interprestar dados não estrurutados, entender o comportamento dos clientes e customizar produtos. “Isso só possível porque temos 7 terabytes entrando todos os dias”. Assim como as APIs e outras soluções, o banco usa um modelo proprietário de IA, embora não seja uma LLM (Grandes Modelos de Linguagem).
Wible afirmou que as decisões tecnológicas desde o início foram construídas para atingir a estratégia do Nubank de ser um banco global. A internacionalização no setor financeiro é algo incomum, disse David Veléz, fundador e CEO do banco digital que recentemente atingiu 100 milhões de clientes, sendo 92 milhões no Brasil. É mais incomum no mercado tradicional, mas as fintechs, até pela tecnologia, buscam romper essa barreira. No entanto, ainda representam menos de 1% dos lucros globais de US$ 6,5 trilhos do setor – que é o maior nesse indicador.
Na apresentação de resultados globais do Nubank à imprensa na manhã desta quinta-feira (15), David Veléz, fundador e CEO do banco digital que atingiu 100 milhões de clientes na América Latina recentemente, sendo 92 milhões no Brasil. Hoje, a cada tem minutos a rede tem um deployment “e os clientes nem percebem isso”, afirmou o CTO, Vitor Olivier.
Em criptoativos, o Nubank no Brasil tem quase 2 milhões de clientes comprando e vendendo moedas digitais. E “com um crescimento muito grande”, disse a CEO do Nubank no Brasil, Livia Chanes. Veléz afirmou que “a gente acredita muito nos ativos de criptos. Mas não em todos. Existe uma grande variedade, tem muito coisa que a gente nunca entregaria para os clientes. Há os que a gente nunca colocaria nosso dinheiro”.
Segundo o CEO global, “é muito difícil que (o Nubank) ofereça mais de 40. Hoje, o Nubank trabalha com 15 criptomoedas, incluindo seu token Nu. “A gente está ganhando muito market sharte , é uma das maiores plataformas de criptomoedas do Brasil”. “Vamos ter grandes novidades nos próximos meses”. Segundo ele, o Drex, por exemplo, traz oportunidades para inovar em ativos digitais. A fintech está no piloto do real digital.
Em crédito, o vice-líder Nubank estima fechar o ano como o maior em número de clientes com acesso a esses produtos, superando o Itaú. O crescimento em todos os pilares acontecem rapidamente, disseram os executivos. Em seguros, por exemplo e como em outros segmentos, o crescimento é rápido, mas a fatia é pequena – em seguros é de 2%. É por isso que os 100 milhões são apenas “o primeiro minuto do primeiro tempo. É um número muito pequeno considerando as oportunidades”, completou Veléz.
O ritmo no Brasil é forte, mas o banco ainda tem apenas 4% das receitas com serviços para o varejo no Brasil, que é de US$ 145 bilhões ao ano. No México, onde tem cerca de 7 milhões de clientes, o percentual é menor de 1% dos US$ 38 bilhões e na Colômbia, onde chegou a 1 milhão, também é inferior a 1%. E números de população adulta, aqui o banco tem metade desse grupo, no México, 5% e na Colômbia, 1%.
Acontece que o mercado mexicano está crescendo muito mais rápido do que o Brasil, quando se comparam o tempo de operação por lá desde 2020, quando lançou seu cartão no país, e o tempo inicial de operação no Brasil. E agora, o México se tornará o único onde o Nubank terá uma licença de banco, que comprou.
Cristina Junqueira, também fundadora do banco digital, afirmou que os 100 milhões de clientes “parecia um número surreal”. Mas que a estratégia de focar no atendimento dos clientes levou a resultados como um NPS (Net Promoter Score), um indicativo de relacionamento com clientes, duas vezes maior do que o dos concorrentes. Um outro indicador positivo do banco é que sua classificação de risco é de AAA, a melhor, segundo a agência Moody’s. Na classificação global, recebeu Ba2 em 2023, a mesma do Brasil e de bancos tradicionais.
Hoje completou Cristina, o Nubank é a quarta maior instituição financeira da América Latina em número de clientes. O banco mantém um custo baixo de serviço de US$ 0,9 por mês por cliente ativo, com custo de aquisição de US$ 7. “O custo de servir é 85% menor do que qualquer banco no Brasil”, disse Lago.
Com uma receita que triplicou em três anos, lucro crescente desde meados de 2022 e rentabilidade sobre o patrimônio de 40%, 100% do lucro será reinvestido. Uma parte em desenvolvimento de produtos e serviços. Mas “uma parte relevante vai para a expansão no México e Colômbia”, disse o CFO, Guilherme Lago.