O Nubank deu um passo decisivo em sua estratégia de expansão internacional ao solicitar uma licença bancária ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC), regulador do sistema bancário americano, para operar oficialmente nos Estados Unidos. O banco digital pretende oferecer serviços completos, incluindo contas de depósito, cartões de crédito, empréstimos, negociação e custódia de criptoativos.
Liderança estratégica
As operações americanas serão conduzidas por Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, que assumirá como CEO nos EUA. Já o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ocupará o cargo de presidente do Conselho de Administração, reforçando a governança da expansão.
O cofundador e CEO global, David Vélez, destacou que a entrada nos EUA é uma evolução natural do modelo de democratização bancária que impulsionou o crescimento do Nubank na América Latina:
“Nosso foco continua sendo o crescimento nos mercados atuais, mas a licença nacional nos EUA permitirá atender melhor clientes já presentes e abrir caminho para novos públicos.”
Contexto regulatório
O movimento acontece logo após a publicação da Carta Interpretativa 1184 do OCC, que autorizou bancos federais e associações de poupança a atuarem formalmente no setor de criptoativos, inclusive oferecendo custódia e execução de ordens.
Para reforçar a estratégia, o Nubank contratou Michael Rihani, ex-executivo da Coinbase e da Apple, para liderar a unidade de cripto nos EUA. Ele já havia comandado áreas de produtos e pagamentos em plataformas como Cash App e Apple Pay.
Base de clientes e resultados
O Nubank soma hoje 123 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. No segundo trimestre de 2025, registrou receita de US$ 3,7 bilhões e lucro líquido recorde de US$ 637 milhões.
No Brasil, o NuCripto já atende 6,6 milhões de usuários, oferecendo compra, venda e custódia de 28 criptoativos, incluindo Bitcoin, Ethereum, Solana e USDC. Apenas no primeiro semestre de 2025, o volume de swaps de cripto na plataforma cresceu 400%.
Planos futuros
Além dos serviços de negociação, o Nubank estuda a integração de stablecoins em seus sistemas de pagamento por meio de cartões. A iniciativa foi confirmada por Campos Neto durante o Meridian 2025, no Rio de Janeiro, como parte da visão de ampliar a presença do banco na infraestrutura global de pagamentos digitais.
Com a solicitação em andamento e uma equipe de peso na liderança, o Nubank pretende transformar-se em um dos principais players de criptoativos e serviços financeiros digitais também no mercado norte-americano.