Com a nova legislação, os EUA buscam atrair empresas e capitais da criptoeconomia global, competindo com Ásia, Europa e América Latina pela liderança na economia digital.
A própria Casa Branca já sinaliza a ambição de transformar o país na “capital cripto do mundo”, conciliando inovação com segurança regulatória.O gesto é também simbólico: o perdão presidencial a Ross Ulbricht (fundador do Silk Road) e a Changpeng Zhao (ex-CEO da Binance) marcou o fim de uma era de criminalização do setor e o início de uma política pragmática.
A estratégia agora é regular, não reprimir — incluir, não excluir.
A nova geopolítica das moedas digitais
No G7, a tendência é clara.
O Japão reconheceu o Bitcoin como meio de pagamento desde 2017 e exige segregação de ativos e auditoria constante.
A União Europeia, com o MiCA (Markets in Crypto-Assets), criou um modelo padronizado de supervisão e transparência para todo o bloco.
O Reino Unido e o Canadá avançaram com regras claras para stablecoins e ETFs, transformando Londres e Toronto em polos de inovação regulada.Entre os BRICS, a abordagem é estratégica:
A China proíbe o Bitcoin privado, mas lidera o desenvolvimento do yuan digital e usa Hong Kong como polo regulado de stablecoins;
A Índia impõe tributação de 30% sobre criptoativos, enquanto avança com sua rupia digital;
A Rússia considera usar o Bitcoin no comércio exterior, driblando sanções;
O Brasil, com a Lei 14.478, atribuiu ao Banco Central a regulação do setor e discute a criação de uma Reserva Estratégica de Bitcoins (RESBit).
A Suíça, Emirados Árabes e Singapura também despontam como laboratórios financeiros da nova economia, atraindo empresas com jurisdições especializadas e regimes fiscais competitivos.
Bitcoin: ativo, protocolo e geopolítica
Mais do que um investimento, o Bitcoin agora é um vetor de poder e soberania econômica.
Cerca de 55% de toda a liquidez institucional global passa pelo sistema financeiro dos EUA.
Os ETFs absorvem múltiplas vezes a emissão diária da rede, conectando o Bitcoin diretamente ao coração do mercado de capitais mundial.A integração ao sistema financeiro tradicional, longe de significar o “fim do ideal cripto”, marca o início de uma nova coexistência:
Uma camada institucional e regulada, voltada a bancos, fundos e governos;
E outra descentralizada e soberana, mantida por indivíduos e comunidades globais.
Essas duas dimensões podem coexistir — e juntas definirão o futuro monetário do século XXI.
Bitcoin como realidade estrutural
O relatório do Tesouro americano que embasou o GENIUS Act revelou que 99% da capitalização das stablecoins globais é lastreada em dólar, consolidando os EUA como o epicentro da liquidez digital mundial.
Esse dado confirma que a disputa pelo Bitcoin é também uma disputa pela hegemonia monetária.O mundo, enfim, reconhece: o Bitcoin não é mais uma hipótese tecnológica.
Ele é um componente estrutural da macroeconomia global, capaz de redefinir a arquitetura das finanças internacionais, o papel das moedas estatais e o conceito de soberania digital.
💡 O futuro já começou. O Bitcoin não está mais à margem do sistema — ele é o novo sistema.
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