O Ether (ETH) teve uma alta de 7% nas últimas 24 horas, destacando-se entre as principais criptomoedas enquanto investidores aguardam o resultado da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) nesta quarta-feira (19).
A valorização do ETH foi acompanhada por um aumento de 4% no Dogecoin (DOGE), que historicamente tende a seguir os movimentos do Ether. Outros tokens baseados em Ethereum, como Pepe (PEPE) e Mog (MOG), também registraram subidas acima de 5%, continuando a funcionar como apostas de alto risco.

Além disso, criptomoedas como XRP, BNB (BNB Chain), SOL (Solana) e ADA (Cardano) subiram 3%, enquanto o TRX (Tron) registrou queda após um aumento de 5% no início do dia, impulsionado pela negociação acelerada de memecoins na plataforma Sunpump, após uma atualização sem taxas.
O Bitcoin (BTC), por sua vez, subiu 2%, mantendo-se abaixo dos US$ 84.000 durante a madrugada asiática. Os traders estão atentos ao nível de US$ 80.000, considerado um suporte importante. Caso o Bitcoin rompa essa marca, pode sinalizar a perda de um ponto de apoio fundamental.
A relação entre ETH e BTC, uma das mais observadas no mercado de criptomoedas, aumentou de 0,23 para 0,24 desde as primeiras horas da manhã, sugerindo um crescimento da demanda por Ether, mais arriscado, em relação ao Bitcoin, considerado mais seguro.
Embora o Ether tenha subido sem um catalisador direto, a rede Ethereum está passando por mudanças importantes. A atualização Pectra, que visa melhorar a escalabilidade e a experiência do usuário, está em testes, com o lançamento da testnet Hooli em 17 de março e testes agendados para o final de março. Se os testes forem bem-sucedidos, a atualização pode ser lançada na mainnet entre abril e maio de 2025.
“O Bitcoin encontrou suporte em US$ 80.000, mas essa resistência é frágil, dada a fraqueza econômica global”, afirmaram os traders da QCP Capital, de Cingapura. Eles indicaram que, no curto prazo, há dificuldades em identificar fatores que possam reverter a queda do Bitcoin.
A expectativa é que o FOMC decida manter as taxas estáveis, com o mercado atento a possíveis mudanças nas perspectivas de crescimento e inflação. “Esperamos que o Fed continue adotando uma postura cautelosa, dado que os impactos das taxas de juros levarão meses para se refletir na economia”, complementaram os analistas da QCP Capital.
Enquanto isso, o ouro ultrapassou os US$ 3.000, alcançando novos recordes nesta quarta-feira. Esse movimento gerou discussões sobre uma possível correlação inversa entre o metal precioso e o Bitcoin.
Ryan Lee, analista-chefe da Bitget Research, comentou sobre essa divergência: “Embora o Bitcoin tenha sido historicamente associado ao ouro como um ativo de proteção, sua queda enquanto o ouro sobe sugere que está sendo tratado mais como um ativo de risco, afetado pela incerteza política do Fed e pela busca por ativos mais seguros.”
O resultado da reunião do FOMC pode, portanto, definir o rumo imediato do Bitcoin: uma recuperação caso a decisão seja moderada ou uma correção mais profunda se for agressiva. A trajetória do Bitcoin, no curto prazo, parece cada vez mais atrelada a sinais econômicos mais amplos, ao invés de reforçar apenas sua imagem como “ouro digital”.
