A Operação Concierge, deflagrada nesta quarta-feira (28/8) por Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, está investigando duas fintechs de Campinas T10 e InovePay -, não reguladas pelo Banco Central (BC), e seus parceiros (bancos regulados) supostamente envolvidos em uma fraude que pode ter desviado R$ 7,5 bilhões.
As fintechs são o núcleo da organização que atua na lavagem de capitais, evasão de divisas e blindagem patrimonial. O Finsiders Brasil, parceiro de conteúdo do Blocknews, procurou os bancos Rendimento e BS2, assim como a InovePay (a vertical de negócios para meios de pagamento do Inove Global Group, ex-InoveBanco).
Os dois bancos afirmam que estão colaborando com as investigações. O BS2 não confirma nem descarta se T10 e/ou InovePay eram seus clientes. O Rendimento, por sua vez, chegou a ter parceria com a T10, mas não tem mais. E diz que sempre aplicou as regulamentações do Banco Central. A Inove nega as acusações. Já o CEO do T10 Bank, Denis Ribeiro, foi questionado pelo LinkedIn, mas não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.
O Finsiders Brasil também procurou o Banco Central, mas não obteve retorno. Em nota, a Receita Federal disse que as fintechs serviram aos interesses de pessoas jurídicas sonegadoras contumazes que, por causa de suas altas dívidas tributárias, fraudavam a execução fiscal usando as fintechs especialmente pelo oferecimento de uma “conta garantida”, onde havia o serviço de livre movimentação financeira sem perigo de bloqueios judiciais, pois garantia invisibilidade do cliente perante o Sistema Financeiro Nacional.
Ainda segundo a Receita, as fintechs mantêm uma conta corrente denominada “conta bolsão” junto a um banco comercial. Por meio dela, ocorrem milhares de transações com dinheiro de terceiros, clientes da fintech. A conta garante a invisibilidade do cliente da fintech, pois é impossível rastrear, de forma satisfatória, a origem e destino do dinheiro.