Drex, o real digital, não é o que você pensa!

Segunda fase do Piloto Drex

Algumas pessoas têm dúvidas sobre o que realmente representa o Drex e como ele vai impactar o sistema financeiro brasileiro. Muitos acreditam que o Drex possa ser comparado a criptomoedas como o Bitcoin ou Ethereum, ou até mesmo pensam que vai substituir os meios de pagamento que usamos no dia a dia, como o Pix ou cartões de crédito. Então, antes que esses mal-entendidos se espalhem, é hora de esclarecer alguns pontos e escrever o que NÃO é o Drex.

Primeiramente, vamos entender que o Drex não é uma criptomoeda ou stablecoin. Embora funcione dentro de uma estrutura digital e utilize a tecnologia blockchain como base, há diferenças entre o Drex e outras moedas digitais descentralizadas. Ao contrário do Bitcoin ou Ethereum, que operam sem uma autoridade central e são altamente voláteis, o Drex é uma CBDC (Moeda Digital de Banco Central) e, por isso, será emitido e regulado pelo Banco Central do Brasil. 

Essa nova versão do real terá o mesmo valor do real que já usamos no dia a dia e oferece as mesmas garantias de estabilidade e confiabilidade que temos com o papel-moeda. Não há flutuações de valor ou riscos de especulação associados ao Drex. 

Além disso, diferentemente das stablecoins, que são lastreadas por ativos como dólares ou ouro para manter a estabilidade, o Drex é a própria moeda oficial do Brasil, simplesmente em um novo formato digital. Portanto, quando você utilizar o Drex, estará lidando com o real digital e não com um ativo alternativo ou um instrumento especulativo.

Drex, nova versão digital do real

Ponto de confusão também é  de que o Drex irá substituir os meios de pagamento já existentes, como o Pix ou cartões de crédito. Isso não é verdade. O Drex não está sendo  concebido para eliminar ou competir com esses métodos; na realidade, ele vem para complementar o ecossistema financeiro. Os meios de pagamento que conhecemos e usamos no dia a dia continuam funcionando da mesma forma. 

O diferencial do Drex é que ele oferece novas funcionalidades. Por exemplo, com a sua programabilidade, permite a criação de contratos inteligentes que podem automatizar uma série de transações e acordos comerciais. Isso abre um leque de novas possibilidades, especialmente para empresas e transações mais complexas, mas não significa que você vai parar de usar seu cartão de crédito ou Pix para fazer compras cotidianas. 

Na verdade, o Drex pode acabar facilitando ainda mais as transações, ao oferecer uma opção digital, mas sem exigir uma transformação nos hábitos dos consumidores. Ele será apenas mais uma alternativa, mais uma peça no conjunto de blocos do sistema financeiro brasileiro.

E outro equívoco é a ideia de que o Drex promoverá a desintermediação dos bancos e fintechs, removendo o papel dessas instituições no processo de transações financeiras. No entanto, isso também não reflete a realidade. 

Papel dos bancos e fintechs

Os bancos e fintechs continuam a desempenhar um papel fundamental no Drex. Eles serão os intermediários naturais entre o público e o Banco Central, garantindo que o acesso ao real digital seja feito de maneira segura, regulada e eficiente. O DREX abre portas para que instituições financeiras inovem e desenvolvam novos serviços digitais. A programabilidade da moeda permitirá que bancos e fintechs ofereçam produtos financeiros mais eficientes, ampliando o escopo de serviços disponíveis. Em outras palavras, o Drex cria oportunidades para o setor financeiro evoluir, e não como uma ameaça.

Em resumo, se o título e a imagem te chamou a atenção e você leu que o Drex é uma evolução do sistema financeiro brasileiro, não é uma ruptura ou ameaça às práticas e estruturas que já existem, que ele não é uma criptomoeda, não elimina os meios de pagamento que conhecemos, não retira as instituições financeiras da equação e que pelo contrário, o DREX é uma ferramenta poderosa que nos ajuda a avançar, mantendo tudo que já funciona bem, enquanto abre caminho para o futuro das finanças digitais no Brasil, o objetivo foi atingido. 

*Rogério Melfi é especialista em soluções inovadoras para o setor financeiro para desafios como Moedas Digitais de Banco Central (CBDC), Open Finance e Open Insurance, Métodos de Pagamentos, Crédito e tecnologias como blockchain e DLT. Estse artigo é parte do bate-papo semanal sobre o Drex, originado no LinkedIn e que agora está também no Blocknews. Assine a newsletter do Blocknews para acompanhar as novidades do mercado e conferir as novas publicações.

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Alexandre Santos

Consultor de Tokenização e Founder na CriptoBr