Com caso de uso do Mercado Bitcoin, Banco Central anuncia o Hyperledger Besu (Ethereum EVM) para os primeiros testes do Real Digital

O Banco Central do Brasil (BC) anunciou nesta segunda, 06, a Hyperledger BesuEthereum EVM, como a rede em DLT que será usada nos primeiros testes oficiais do Real Digital. Importante destacar que a plataforma não será, necessariamente, a plataforma em DLT na qual o Real Digital será lançado oficialmente em 2024.

Como o BC anunciou que o Hyperledger Besu será usada nesta primeira fase de testes, no qual serão testados protocolos de privacidade e segurança, portanto, a depender de como os testes serão executados e seus resultados, bem como consultas com participantes dos testes e outras consultas que serão feitas pelo BC, a plataforma pode ou não ser adotada como a plataforma em blockchain oficial para o Real Digital.

Com o Real Digital o BC destacou que pretende baratear o custo do dinheiro e prestar novos serviços digitais para economia nacinal, habilitando principalmente a economia tokenizada preparando o Brasil para a web3 e para as novas aplicações de Internet das Coisas, metaverso, entre outras.

O BC destacou também que, para esta fase, em ambiente de testes, não há um grande investimento significativo de infraestrutura do BC, nem com licença de software (Hyperledger Besu é Open Source) “A propsota dos testes é realmente avaliar estes custos e toda a operação”, destacou o BC.

“O Ethereum tem custos elevados, dado o modo que é usado para as validações. Com os testes e a plataforma proposta, devemos ter custos muito baixas e o custo operacional deve ser compatível com o Pix”, disse.

Os testes serão realizados com empresas e participantes restritos (via workshop, os critérios ainda não foram definidos) e com títulos do tesouro e determinou o dia 6 de março como marco para o começo dos testes. Interessante notar que o caso de uso proposto pelo BC para esta fase de testes é o mesmo proposto pelo Mercado Bitcoin, durante a elaboração das provas de conceito no LIFT LABs.

Além disso, haverá um horário de funcionamento dos testes. Portanto, neste primeiro teste, o Real Digital não irá funcionar 24 horas. O BC anunciou as novas diretrizes da CBDC nacional. No total foram 10 novas diretrizes apresentadas por Fabio Araujo, coordenador do Real Digital junto ao Banco Central.

Durante a apresentação, Araujo também anunciou o piloto do Real Digital, que começa agora em março. Serão os primeiros testes oficiais da CBDC do Brasil. Para isso, o BC irá abrir realizar os testes com participantes do sistema financeiro, para simular transações reais com dinheiro e ativos de teste. 

O coordenador do BC afirmou que o foco será em infraestrutura de privacidade e segurança. O. BC também planeja testar, nas transações simuladas, todas as transações do Real Digital, seja sua criação, destruição (quando houver necessidade conforme as regras do contrato inteligente), transferências entre os participantes e entre o usuário final, bem como as custódias nas carteiras digitais.

“O Real Digital é focado em serviços financeiros”, declarou

Requisitos para os primeiros testes do Real Digital

Os requisitos básicos para os testes do Piloto RD serão:

  1. DLT Multiativo: Utilização de plataforma com base na DTL, na qual poderão ser registrados ativos pré-determinados de naturezas distintas (multiativo), bem como transações entre eles. Ou seja, a infraestrutura do Piloto RD funcionará como uma “DLT Multiativo”.
  2. Ativos: depósitos das contas Reservas Bancárias, de Contas de Liquidação e da Conta Única do Tesouro Nacional; depósitos bancários à vista; contas de pagamento de instituições de pagamento; e Títulos Públicos Federais. Serão mantidos os critérios de acesso às contas Reservas Bancárias ou de Liquidação, conforme disciplina legal e regulatória vigente. 
  3. Transações: emissão, resgate e transferência dos ativos supracitados, bem como os fluxos financeiros decorrentes de eventos de negociação. As transações contemplarão a liquidação condicionada e simultânea entre os ativos registrados, a fim de garantir a Entrega contra Pagamento (DvP), até o nível do cliente final (liquidação atômica). Os registros dos ativos e as transações deverão possibilitar fragmentação, respeitando o sistema de apreçamento centesimal, a fim de maximizar um dos benefícios potenciais da tecnologia DLT.
  4. Funcionalidades essenciais: camadas de registro dos ativos, de liquidação de suas transferências e de protocolos, bem como os contratos inteligentes necessários para a execução das transações propostas no Piloto RD. Adicionalmente, não será permitido saldo a descoberto em nenhuma transação com os ativos registrados.

Durante a condução do Piloto RD (como foi nomeado a primeira fase de testes para o Real Digital), será criado um fórum para troca de informações e adequada orientação das expectativas em relação ao desenvolvimento dessa plataforma e dos testes propostos.

Esse canal de comunicação do corpo técnico do BC com as entidades representativas dos setores envolvidos permitirá ainda a discussão do estabelecimento de estratégias negociais e de desenvolvimento que sejam mais adequadas às necessidades da sociedade brasileira.  

“Além das associações representativas das instituições autorizadas a funcionar pelo BC, prevê-se estender o convite de participação do fórum à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a fim de coordenar as discussões sobre a tokenização de ativos”, destacou o BC.

Real Digital

Araújo destacou os benefícios que a CBDC nacional pode promover no sistema econômico nacional e voltou a afirmar que a população terá contato com o Real Digital via depósitos tokenizados convertidos em stablecoins emitidas pelos bancos.

“Quem tem experiência de lidar com os consumidores são as instituições financeiras, não o Banco Central. Os ativos de liquidação financeira serão emitidos pelos bancos tendo o Real Digital como garantia junto ao BC”, reforçou.

O BC também reforçou que os testes serão avaliados em março do ano que vem e, dependendo dos resultados, até o final do ano o Real Digital deve ser lançado oficialmente, de forma gradual, até atingir todas as instituições financeiras e usuários do sistema financeiro.

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