Brasil pode crescer 500% com a tokenização proposta pela CVM e Banco Central, diz especialista

Recentemente, durante o evento LIDE Next_ Economia Digital, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento e o coordenador do Real Digital do BC, Fábio Araújo, afirmaram que a tokenização da economia é a chave para o futuro do Brasil.

Em especial, Nascimento defendeu que o futuro da economia nacional é verde e digital. Ele acredita que por meio da tokenização e das ferramentas de economia digital, práticas de ESG podem ganhar um novo impulso e gerar uma economia forte para o Brasil.

O presidente da CVM defendeu que o mercado de créditos de carbono tokenizados como uma das grandes oportunidades dessa economia verde e digital.

“Criptoeconomia é mais um caminho para o desenvolvimento do pais. O futuro é verde e digital. O mercado de carbono é um mercado global, e com a tokenização você cria a possibilidade de diversas empresas e países investirem em projetos brasileiros, trazendo recursos para o país e gerando muitas alternativas de ESG para setores privados, beneficiando toda uma cadeia dessa nova economia”, destacou.

Na mesma linha, Araújo defendeu que a tokenização da economia é o ponto chave para a economia do Brasil. Acreditando firmemente nessa premissa, o BC a considera a linha mestre que conduz os trabalhos do Real Digital, uma CBDC de atacado que o Banco Central deve lançar até o final de 2024 (os testes começam já a partir de 06 de março deste ano).

Reforçando a crença de Nascimento e Araújo está o relatório ESG Sob Tensão, do Thomson Reuters Institute, destacando que, à medida que mais corporações busquem compensar as emissões de carbono, haverá uma aceleração no uso de créditos de carbono, criando um mercado estimado em US$ 50 bilhões até 2030 e, possivelmente, 100 vezes mais em 2050.

Pablo Lobo, cofundador da Sthorm, concorda com a posição dos reguladores e afirmou ao Cointelegraph que o Brasil pode crescer mais de 500% com iniciativas responsáveis que unem ESG e tokenização.

Segundo ele, a missão de salvar o planeta não pode ser atribuída apenas a um único agente, seja ele o governo, empresas ou a população. Todos têm que se envolver para fazer a diferença.

Lobo acredita que a tecnologia blockchain e as criptomoedas são ferramentas fantásticas para promover essa mudança global. Ele destaca que a descentralização, fracionamento, responsabilidade e a distribuição de governança são algumas das características que tornam o blockchain a ferramenta perfeita para essa missão.

O fundador da Sthorm também enfatizou a importância da micro participação e micro contribuição nessa empreitada. Ele ressaltou que é possível promover mudanças globais significativas através dessas pequenas ações.

Tokenização para salvar o planeta

Lobo acredita que as tecnologias baseadas em bllockchain podem fazer por ativos valiosos e esforços de conservação o mesmo que a internet já fez por dados e tecnologias de informação. O Hypertext Transfer Protocol (HTTP) tornou-se o padrão global para troca de informações.

Desenvolvido por pesquisadores abnegados e apoiado por governos nacionais e organizações internacionais sem fins lucrativos, o http é, no entanto, a camada de aplicação para inúmeros sistemas e plataformas de propriedade privada extremamente lucrativas, como YouTube, Google, Facebook e Instagram, com mais de 5,16 bilhões de usuários em todo o mundo (o que representa 64,4% de todos os seres humanos vivos).

Lobo destaca que blockchains estão sendo construídos como a segunda camada significativa na internet (assim como a web era a primeira camada há 30 anos), com a promessa de permitir que o valor seja trocado de forma tão rápida e fácil quanto a informação.

Graças ao Hypertext Transfer Protocol, palavras, imagens e vídeos se movem pelo mundo instantaneamente e sem problemas, enquanto a transferência de dinheiro, propriedade intelectual ou valores mobiliários continua sendo um processo lento, caro e pouco confiável.

Na Sthorm, com a ajuda de pesquisadores, governos e organizações internacionais sem fins lucrativos, a equipe de Lobo está desenvolvendo o que pode ser entendido como um Hyperproperty Transfer Protocol (HPTP).

Segundo eles, sistemas privados e lucrativos podem – e serão – construídos sobre esse novo protocolo, mas seu objetivo principal será garantir o acesso universal a ativos valiosos, como patentes de medicamentos, créditos de carbono, CPR-Verdes e outros ativos que podem ser representados, transportados e comercializados sobre o novo HPTP.

Pablo revelou também que a Sthorm já está fazendo há algum tempo desenvolvendo seus conceitos e, questionado se, para uma startup, não é um trabalho difícil e arriscado, entrar no âmbito da pesquisa acadêmica, setor dominado por governos e grandes corporações, Lobo disse que, assim como Satoshi Nakamoto, alguém precisa desafiar o sistema e iniciar o caminho.

“Nós não escolhemos o risco e os desafios mais complexos porque temos algum tipo de sociopatia que nos atrai. Escolhemos porque é o único caminho possível para a transformação da condição humana. Tenho certeza de que a coragem, a resiliência e o real amor ao próximo são melhores ingredientes do que a covardia, o conformismo e a indiferença.”

Pablo Lobo revelou ainda que a Sthorm está trabalhando em dois projetos complementares que serão apresentados em breve: o PlanetaryX e o GreenBook. Ambos utilizam a tecnologia blockchain para promover mudanças positivas no planeta.

“Estamos muito empolgados em apresentar esses projetos, que serão ferramentas poderosas de aliança entre a população, as empresas e os governos para a solução de sérios problemas planetários, como as mudanças climáticas e suas graves consequências.”

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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