Nesta quinta-feira (9), a BlackRock adotou os primeiros passos para requisitar o lançamento de um ETF ligado ao preço do Ethereum (ETH). O perfil Summers compartilhou os documentos do registro feito pela gestora no X (antigo Twitter), e a informação foi confirmada por Eric Balchunas e James Seyffart, analistas de ETFs da Bloomberg.
O ETF recebeu o nome de “iShares Ethereum Trust”, e foi registrado em Delaware. Summers aponta que o iShares Bitcoin Trust, o ETF de Bitcoin (BTC) da BlackRock, foi registrado de maneira semelhante sete dias antes do pedido oficial ser encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).
O movimento ainda não se trata, portanto, de um pedido formalizado à SEC. Após a notícia se espalhar, a ETH valorizou 8% em poucos minutos. Balchunas salienta, no entanto, que o movimento começou quase uma hora antes que a primeira publicação de Summers fosse feita no X, apontando que alguém identificou o registro antes que a informação se tornasse pública.
Ethereum também se beneficia da narrativa
O registro do ETF de Bitcoin feito pela BlackRock, gestora com mais de US$ 9 trilhões sob sua gestão, foi recebido com muito otimismo pelo mercado. Desde que o pedido foi feito, em junho deste ano, o mercado de criptomoedas tem se valorizado gradualmente.
Analistas atribuem o movimento como muito positivo para o Bitcoin que, além de se beneficiar da compra de BTC para lastrear as cotas do ETF, também receberá um impulso em sua credibilidade perante investidores institucionais.
Para Rony Szuster, analista de criptoativos do MB Research, a ETH pode ser beneficiada da mesma forma com um possível pedido de ETF da BlackRock encaminhado à SEC. Ele destaca, no entanto, que existem algumas particularidades no caso da altcoin.
“O valor de mercado do Bitcoin é de US$ 740 bilhões, enquanto o valor de mercado da Ether é de US$ 240 bilhões. É provável que mais capital entre nos ETFs de BTC do que de ETH, mas não sei se entra três vezes mais, que é a proporção do valor de mercado”, diz Szuster. “Mas a Ether, por ter um valor de mercado menor, tem um potencial de valorização maior, simplesmente pelo valor total de mercado”, completa.
Outra diferença, acrescenta o analista, está ligada ao suprimento de ambos os criptoativos. Embora os ETFs possam trazer um fluxo elevado de demanda tanto para BTC quanto para ETH, a oferta do Bitcoin é modificada pelo halving.
“No Ethereum não existe esse mecanismo. O que ocorre é um processo de queima de ETH de acordo com a atividade da rede. Não é possível comparar a mudança na oferta desses ativos: a do Bitcoin é totalmente planejável e conhecida, sendo possível estimar o impacto na oferta, com Ether não é possível fazer isso”, conclui Szuster.