Bilionário Michael Saylor discute com Professor da Unicamp sobre Bitcoin

Uma discussão do ano passado entre Jorge Stolfi e Michael Saylor foi revivida pelo professor da Unicamp nesta semana. Nos tuítes, a dupla discorda sobre o que é o Bitcoin: uma fraude ou uma inovação.

Enquanto Stolfi argumenta que as criptomoedas são sistemas de pagamentos disfuncionais e uma fraude tecnológica, Saylor defende que a inovação do Bitcoin está ligada ao seu modelo de mineração, o Proof-of-Work, que permite um sistema monetário aberto.

Para quem não conhece as figuras, Jorge Stolfi é professor de ciências da computação da Unicamp. Em certa oportunidade, já afirmou que o Bitcoin arrancará milhares de vidas humanas.

Do outro lado, Michael Saylor é um dos maiores investidores de Bitcoin, com 17.732 BTC (R$ 2 bilhões) em seu bolso, além de outros 132.500 BTC (R$ 15,3 bilhões) no caixa de sua empresa, a MicroStrategy.

Michael Saylor e Jorge Stolfi discutem no Twitter sobre Bitcoin

Como apontado no início desta matéria, a briga entre Jorge Stolfi e Michael Saylor iniciou ainda em maio de 2022. Na data, o professor da Unicamp argumentava que as criptomoedas eram uma fraude tecnológica.

Para surpresa de muitos, o bilionário Michael Saylor apareceu para defender o Bitcoin, resultando em um encontro inesperado.

“Todo cientista da computação deve ser capaz de ver que as criptomoedas são sistemas de pagamento totalmente disfuncionais e que a “tecnologia blockchain” (incluindo “contratos inteligentes”) é uma fraude tecnológica”, comentou Jorge Stolfi, professor da Unicamp.

“A inovação no Bitcoin é a criação de um ativo digital usando energia e tecnologia (Proof-of Work) que é conservador e transferível sem um intermediário de confiança. Isso cria um protocolo monetário aberto e sem necessidade de permissão, permitindo novas aplicações e um comércio global mais eficiente”, respondeu Michael Saylor da MicroStrategy.

Apesar das diversas curtidas e retuítes de ambas postagens, a discussão parecia ter acabado por ali. Até que, neste domingo (12), Stolfi decidiu responder a Saylor, nove meses depois.

“Se alguém desperdiça US$ 20.000 em recursos para criar algo, isso não significa que a coisa valha US$ 20.000. Pode facilmente valer US$ 0. Ou menos que isso. Bitcoin‍ é um exemplo”, respondeu Stolfi a Saylor neste domingo (12). “As transferências de Bitcoin EXIGEM um intermediário confiável: os 5-6 pools que criam a maioria dos blocos.”

“E o uso do Bitcoin no comércio, mesmo após 10 anos de intensa promoção, é simplesmente ZERO.”

Embora Saylor não tenha respondido até o momento, talvez por já ter esquecido desta discussão, outros usuários saíram em defesa do Bitcoin em seu lugar.

Após um deles apontar exemplos de estabelecimentos que aceitam Bitcoin, Stolfi afirmou que isso era uma mentira. Na sequência, também chamou a Lightning Network de fraude, afirmando que a mesma não é escalável.

“Até aquela famosa compra de pizza em 2010 foi falsa: alguém enviou bitcoins para alguns outro bitcoiner, e ele pagou pela pizza em dólares, com cartão de crédito”, finalizou Stolfi, comentando sobre a história de Laszlo Hanyecz. “Bitcoiners: enganando as pessoas descaradamente desde 2010.”

Por fim, essa não é a primeira vez que Stolfi é reconhecido, por assim dizer, por grandes nomes da indústria de criptomoedas. Em 2018, por exemplo, Vitalik Buterin chegou a dizer que o professor da Unicamp fornecia um serviço necessário para o setor.



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Sara Oliveira

Redatora e Social Media CriptoBr